Osteopatia Pediátrica - Clínica Médica do Porto

Cólicas do Bebé e Recém Nascido: Sinais, Sintomas e Tratamento

Cólicas, cólicas e mais cólicas. Cólicas do bebé e do recém nascido! O que são, qual a sua origem e como as podemos identificar? Neste artigo tentaremos reponder a essas e outras questões.

Se preferir pode escutar abaixo a versão audio deste artigo.
 

Sinais e Sintomas das Cólicas nos Recém Nascidos

É frequente usar-se o termo Cólica para justificar um comportamento de irritabilidade ou choro do bebé. No entanto, para podermos atribuir essa relação causal irritabilidade = cólica é necessário proceder antecipadamente a uma avaliação exaustiva do bebé para descartar outros problemas que possam estar na origem daquele quadro de irritabilidade.

Por definição, a cólica caracteriza-se por um autolimitado grupo de comportamentos que ocorrem nos 3 primeiros meses de vida, supostamente relacionados com alterações gastro intestinais do bebé. Em 30% a 40% dos casos os sintomas persistem até ao 4º ou 5º mês.

De acordo com o Dr. Wessel, um proeminente Pediatra Norte Americano que estabeleceu na década de 50 uma base para o diagnóstico das cólicas nos recém nascidos, o critério para diagnosticar as Cólicas deve obedecer à regra dos 3 (três):

  • Choro que se prolonga por mais de 3 horas por dia
  • Choro persistente durante mais de 3 dias por semana
  • Choro persistente durante mais de 3 semanas

Felizmente não é muito frequente haver bebés que cumpram na integra estes critérios, levando a  crer que existem outras causas diferenciadas que possam eventualmente estar na origem daquele comportamento.

Desse modo, é costume dividirem-se os critérios de diagnóstico das cólicas nos recém nascidos em principais e secundários, de acordo com a diferenciação que elencamos abaixo.

Sinais de Alerta para o Diagnóstico de Cólica nos Bebés e Recém Nascidos

Sinais Principais

  • Choro paroxístico (exacerbado) com as seguintes características – mais 3h/dia, mais 3 dias/semana;
  • Pernas fletidas sobre o abdómen;
  • Punhos cerrados;
  • Agitação e choro vespertino;

Sinais Secundários

  • Choro sem razão aparente (em lactentes aparentemente saudáveis);
  • Sintomas gastro intestinais – distensão e tumefacção abdominal provocadas por gases, meteorismo, obstipação e /ou regurgitação;
  • Face dolorosa (caretas);
  • Falta de resposta a estímulos tranquilizantes;

Outras características

  • Stress dos pais;
  • Alteração do padrão de sono;
  • Alteração do padrão de alimentação;

Causas possíveis para a cólica do lactente

Crescimento e maturação do Sistema Nervoso

Entre as possíveis causas para explicar as cólicas no lactente, o crescimento e maturação do Sistema Nervoso aparenta ser preponderante para o surgimento desta síndrome, bem como para a sua remissão.

Tal acontece porque o lactente sofre alterações significativas entre o 2º e o 4º mês de vida, nomeadamente a organização dos períodos de sono e vigília.

A organização e maturação do Sistema Nervoso Central será provavelmente o pré requisito para manter um estado de vigília menos afetado por fatores internos e externos. O lactente torna-se mais reativo a estímulos psicologicamente significativos durante os 3 primeiros meses, incluindo por exemplo a voz e figuras humanas.

A maturação do sistema nervoso do lactente no sentido de regular o seu estado de vigília pode, em parte, explicar a melhoria ou mesmo a remissão das “cólicas” a partir do 3º-4º mês.

Este aumento de competências, no 2º trimestre de vida, pode diminuir a resposta de choro perante estímulos persistentes.

Cólicas causadas pela Alimentação

De entre as causas alimentares mais comumente apontadas como estando na origem das cólicas do recém nascido temos o conteúdo proteico. A proteína do leite de vaca atua como estímulo antigénico a nível gastro intestinal, explicando a possibilidade de intolerância de um pequeno grupo de lactentes que manifestam as referidas cólicas.

Cólicas causadas pelos Gases e Ar Intestinal

O ar intestinal absorvido pelo recém nascido poder ter diversas origens:

1. O ar intestinal, cuja proveniência advém do ar ingerido por difusão sanguínea, será posteriormente removido do intestino através de arrotos, ventosidade, difusão sanguínea e catabolismo bacteriano.

2. O ar ingerido durante a sucção pode ter origem numa má técnica alimentar ou mesmo num tamanho inadequado do orifício da tetina.

3. O próprio choro pode transportar ar adicional que permanece mesmo após o episódio ter cessado.

Ainda assim e considerando as possíveis proveniências listadas acima, o gás do cólon produzido no intestino parece ser o mais contributivo para o gás abdominal.

Igualmente se constata que outra das possíveis fontes de ar colónico pode estar relacionado com a incapacidade do bebé de hidrolisar toda a lactose. A variabilidade individual deverá ser considerada em todas as circunstâncias, mas a insuficiência funcional da lactase – a enzima responsável por degradar a lactose – persiste até aos 3 meses na maioria dos lactentes. O aumento de gazes poderá ainda estar relacionado com a acumulação de hidratos de carbono parcialmente absorvidos.

Cólicas com origem na Motilidade Intestinal e/ ou Obstipação

Também as alterações na atividade motora do intestino podem predispor á cólica do lactente, como causa direta de mau estar, ou indiretamente alterando a distribuição, acumulação e eliminação e transito de substâncias, incluindo o gás.

A obstipação é um problema muito frequente sobretudo em lactentes alimentados com fórmula, e representa um problema para a maioria dos pais. Nos aspetos fundamentais a considerar nestas circunstâncias está o ritmo das dejeções do bebé.

Para a confirmação do diagnóstico de Obstipação devemos estar perante um lactente em lactância materna que realiza menos que 2 dejeções por dia ou um lactente de fórmula que realiza menos de 3 dejeções por semana. Esta avaliação deverá ser valorizada em conjunto com as queixas do bebé e consistência das fezes.

Importa referir que as causas mais frequente se obstipação no recém nascido estão relativamente bem identificadas:

  • a alimentação com formula adaptada;
  • a fissura anal (que pode ser causa ou consequência);
  • a estenose anal;

Finalmente não devemos esquecer que a própria obstipação pode ser secundária a substâncias ingeridas pela mãe, como medicamentos da classe narcótica ou antiespasmódicos.

A Origem da Osteopatia

Pensa-se que Osteopatia tenha tido origem em final do século XVIII pelas mãos de um médico americano, Dr. Andrew Tailor Still. Para este clínico, as doenças são o reflexo de alterações estruturais de um orgão, músculo ou outros tecidos. Um dos pressupostos fundamentais da osteopatia, é o facto de todos os sistemas humanos estarem interconectados e serem interdependentes, sendo que um desequilíbrio num deles afecta o funcionamento dos outros…

A osteopatia observa o indivíduo como um todo, ou não se tratasse de uma terapia complementar holística. Assim, considera-se que um transtorno num sistema específico afecta todo a dinâmica e funcionamento do corpo humano.

Princípios da Osteopatia

  • A unidade do corpo;
  • A estrutura rege a função;
  • O princípio da autocura;
  • A vida – movimento

Tratamento Osteopático

O tratamento consiste na manipulação suave dos tecidos, por forma a restaurar a circulação, repor as estruturas e aliviar a dor.

Sabia por exemplo que para um osteopata, uma dor no ombro para a qual não existiu um traumatismo prévio pode ter origem num mau funcionamento hepático.

Ainda de acordo com um especialista em Osteopatia Pediátrica, a utilização de forceps ou ventosa na altura do parto podem alterar o posicionamento dos ossos da calota craniana do recém nascido, justificando muitos dos problemas de saúde que se vem a manifestar posteriormente.

De acordo com esta teoria, existem na base do crânio da criança, acima da primeira vértebra cervical, estruturas responsáveis pela inervação do palato, das cordas vocais, da faringe, da base da língua, da função respiratória e de boa parte do aparelho digestivo, que poderão vir a sofrer alterações como consequência da utilização de tais instrumentos.

O tratamento para estes casos consiste na reposição, através de suaves manipulações, do equilíbrio cranioencefálico da criança.

Entre nós, esta técnica é já aplicada aos recém nascidos, no tratamento de condições como cólicas, refluxo gastro-exofágico, otites de repetição, dificuldades de deglutição, alterações do sono, entre outras.

Artigo redigido para a Clínica Médica do Porto por Tiago Monteiro, Fisioterapeuta e Osteopata, Especialista em Osteopatia Pediátrica. Clique neste link para saber mais acerca da Consulta de Osteopatia Pediátrica da Clínica Médica do Porto.

Data de Revisão: 04/2022

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