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Quisto Sacrococcígeo – Tratamento por Laserterapia / FotobioModulação

O que é e como Surge o Quisto Sacrococcígeo

O Quisto Sacrococcígeo é um processo crónico, inflamatório e doloroso, localizado nas regiões sacrococcígea ou inter-nadegueira.

A condição é igualmente designada de quisto (ou cisto) sacrococcígeo (quisto dermóide sacro-coccígeo) ou abcesso pilonidal, estando este último termo relacionado com o curso do seu processo inflamatório.
A explicação é simples: na região sacrococcígea surge um acumulo de pelos que mais tarde acabam por enquistar, dando origem a um abcesso pilonidal que significa literalmente ninho de pelos (pilo=pelo, nidal=ninho).

É uma condição mais frequente em jovens adultos, particularmente nos indivíduos que apresentam maior quantidade de pelos nessa área e /ou em jovens que apresentam folículos pilosos mais amplos. Tal situação pode induzir a entrada do pelo para dentro da pele aumentando a probabilidade de enquistamento, justificando inclusivamente a recomendação da realização preventiva de depilação definitiva nesta zona do corpo (ver artigo acerca dos benefícios da depilação a Laser na região sacrococcígea).

Sintomas do Quisto Sacrococcígeo

As manifestações sintomatológicas deste tipo de quisto podem variar consoante a evolução da condição. Os quistos não infectados podem permanecer assintomáticos por muito tempo, ao contrários daqueles que inflamam, nos quais as complicações sintomatológicas são diversas como poderemos constatar nos parágrafos seguintes.

Nos quistos em processo inflamatório mais violento, é habitual o desenvolvimento de nódulos cutâneos avermelhados, apresentando-se de forma habitual quentes e dolorosos. Nestes nódulos podem ainda surgir canalículos internos designados de fístulas, por onde é drenado o pus do abcesso em caso de infecção (as fístulas são canais com que se formam no interior dos quistos com orifícios de saída para o exterior da pele). Nestas circunstâncias o paciente pode apresentar grande dificuldade para se sentar ou manter-se nesta posição, mesmo que por reduzidos períodos de tempo. Alguns pacientes podem ainda manifestar cansaço extremo e febre. Em situações mais extremas, o quisto pode evoluir para um carcinoma de células escamosas, um tumor maligno (desenvolvido a partir de células epiteliais), ou outros tipos de cancro, como o carcinoma basocelular, sarcoma e melanoma. Neste caso, a malignidade estará relacionada com a eventual cronicidade do processo inflamatório (a inflamação torna-se contínua e persistente convertendo-se num processo crónico).

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Tratamento do Quisto Sacrococcígeo

O tratamento desta condição poderá ter várias abordagens, passando pela utilização de antibióticos em regime exclusivo, ou por intervenções mais ou menos invasivas em conjunto com a antibioterapia.

Sendo uma opção recorrente e em muitos casos de primeira linha, a antibioterapia poderá não ser o suficiente para resolver de forma definitiva o problema, estando a evolução nestes casos dependente da gravidade e do momento da infecção. Por outro lado, existem outras formas de abordagem – por exemplo a Drenagem do Abcesso   neste tipo de intervenção, e enquanto o paciente está sob o efeito de anestesia local, é realizada por via cirúrgica uma pequena incisão na pele para posterior drenagem do conteúdo do quisto. Embora eficaz no alívio dos sintomas dolorosos, este método de tratamento apresenta uma taxa elevada de recidiva que se manifesta ao fim de pouco tempo.

Cirurgia para Remoção do Quisto Sacrococcígeo: Procedimento e Recuperação Pós Operatória

A cirurgia tradicional para remoção do quisto, método em que o médico cirurgião procede à incisão e remoção de todo o conteúdo do quisto, parece ser dos mais eficazes na resolução definitiva do problema. Já a recuperação é das mais lentas considerando a tipologia da intervenção, particularmente quando comparada com a antibioterapia ou com a drenagem simples, podendo demorar alguns meses até que o paciente recupere totalmente a qualidade de vida pré-intervenção.

Embora a cirurgia em si não constitua um procedimento complicado, sendo aliás uma das abordagens com menor taxa de recidivas, a cicatrização torna-se o elemento chave que pode tornar o processo bastante lento.

A este propósito, importa referir que a cicatrização pode ocorrer de duas formas, de acordo com a opção terapêutica do clínico responsável pela cirurgia: a) cicatrização de primeira intenção onde o médico recorre à sutura cirúrgica para promover a cicatrização ou de b) de segunda intenção, (mais vulgarmente utilizada), onde sem recorrer a sutura cirúrgica se pretende que a cicatrização posterior ocorra de forma natural.

Numa ou noutra circunstância, a recuperação pós cirúrgica considera-se uma das fases críticas do processo, sendo o objectivo clínico evitar infeções e ao mesmo tempo promover uma cicatrização ágil e eficiente.

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Utilização de Laser (Fotobiomodulação) na Cicatrização do Quisto Sacrococcígeo

Um eficiente processo de cicatrização pós-cirúrgico ajuda a evitar recidivas e futuras complicações. A este nível a Laserterapia e os cuidados de enfermagem podem ser decisivos para ajudar a garantir uma recuperação que se deseja completa e sem intercorrências!

A Laserterapia é uma terapia que recorre à utilização da energia luminosa com o objectivo de obter efeitos fisiológicos específicos. É uma técnica indolor em que se administra uma radiação laser de baixa intensidade directamente sobre o tecido lesado.

A terapia assume também o nome de Terapia de Foto-Biomodulação, uma vez que a administração de energia de baixa intensidade irá induzir a modulação celular dos tecidos lesados (bio-modulação).

O mecanismo de acção proposto assenta no princípio de que perante a aplicação de Luz de baixa intensidade – o laser – ocorre na célula uma acção em cascata na qual são activados sequencialmente mediadores bioquímicos fisiológicos e moduladores do processo inflamatório e imunitário, determinantes no processo de regeneração dos tecidos (2,3).

As aplicações da terapia laser de foto-biomodulação são diversas e estão descritas na literatura científica, de onde se destacam as mais preponderantes:

  • Tratamento de Feridas e Cicatrização Tecidular;
  • Resolução de Úlceras de Pressão;
  • Tratamento de Dermatites;
  • Candidíase;
  • Amenização do Ingurgitamento Mamário;

Efeitos da Laserterapia no Quisto Sacrococcígeo

No caso concreto do Quisto Sacrococcígeo, os objectivos da aplicação de Laserterapia centram-se no estímulo da síntese de produção de colagénio, na promoção da microvascularização celular e na activação do sistema linfático. Estes processos biológicos são fundamentais para a produção de tecido viável no processo de cicatrização e representam um contributo essencial  para a aceleração da regeneração tecidular, permitindo ao paciente retomar mais rapidamente as suas atividades diárias normais com o menor número de limitações.

A Fotobiomodulação apresenta ainda benefícios adicionais, ajudando por exemplo a prevenir o surgimento de infecções secundárias, tirando para tal partido das características antimicrobianas e antifúngicas deste tipo de radiação.

Finalmente é importante referir que aplicação de Laser de baixa Intensidade está descrita como segura, sendo que o paciente poderá experimentar quase de imediato as melhorias no processo de recuperação, nomeadamente a redução  da dor e do edema (ambos consequências da diminuição do processo inflamatório).

Umas das questões frequentemente colocadas pelos pacientes diz respeito ao número de sessões necessárias para a obtenção de resultados objectivos. Esta questão não tem uma resposta fácil nem imediata – após uma avaliação do estado da ferida e dos tecidos a recuperar, o/a clínico irá estabelecer um protocolo de tratamento ajustado a cada caso, acompanhando a cada sessão a evolução dos parâmetros da cicatrização da ferida.

Artigo elaborado para a Clínica Médica do Porto pela Enfermeira Marta Campos, Especialista no Tratamento de Feridas e em Saúde Materno-Infantil.

Data de Publicação: 03/2021

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