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Viver com Diabetes: 7 Estratégias Controlar a Diabetes e Manter a Qualidade de Vida

O que é a Diabetes? Mecanismo Fisiológico e Causas da Diabetes Mellitus

Quando fazemos uma refeição, parte dos alimentos são transformados em açúcar (sob a forma de glicose) que posteriormente entra na circulação sanguínea. Para ajudar a glicose a entrar nas células onde esta é utilizada como fonte de energia, é necessário uma outra molécula adjuvantes do processo, neste caso uma hormona produzida pelo pâncreas cujo nome provavelmente já terá escutado – a insulina.

Quando o pâncreas não produz insulina ou quando as células (que dela necessitam) deixam de responder a este estímulo, o açucar mantem-se no sangue e os níveis de glicose sanguínea aumentam. A esta condição chama-se hiperglicemia e é uma situação que acontece no caso das pessoas que têm diabetes.

Previamente ao estabelecimento do diagnóstico definitivo da patologia, muitos indivíduos apresentam níveis de açúcar no sangue acima do normal, mas não suficientemente elevados para se afirmar categoricamente que sofrem de Diabetes. Esta condição, chamada pré-diabetes, é assintomática, contribuindo de forma determinante para aumentar o risco de enfarte, acidente vascular cerebral e Diabetes Tipo 2, motivo pelo qual a monitorização regular dos níveis de açucar no sangue é uma das melhores formas de prevenir a Diabetes ou as suas complicações.

Consulte na Tabela abaixo os valores de referência para a Diabetes. Note a diferença que ocorre se a medição dos valores ocorrer em jejum (por exemplo logo que acorda, imediatamente antes de tomar o pequeno almoço) ou em fase pós prandial (após refeição).

Em Jejum 2 Horas após Refeição
Normal 70 mg/dl – 99 mg/dl 70 mg/dl – 139 mg/dl
Pré-Diabetes 100 mg/dl – 125 mg/dl 140 mg/dl – 199 mg/dl
Diabetes ≥ 126 mg/dl ≥ 200 mg/dl
Tabela 1. Valores (normais) de referência de açúcar no sangue (glicemia). Fonte: OMS, APDP.
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Tipos de Diabetes e Sintomas Associados

Tal como referimos na introdução, existem três tipos principais de diabetes: Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2 e Diabetes Gestacional.

Na Diabetes Tipo 1 o pâncreas não produz a insulina (a tal hormona de que falamos acima, necessária para fazer passar o açucar do sangue para as células). Neste caso é também vulgar apelidar a patologia de Diabetes Mellitus Insulino-Dependente, uma vez que o controlo da doença passa pela administração de Insulina. O diagnóstico acontece normalmente na infância ou adolescência, mas não exclusivamente. A patologia pode surgir em qualquer idade e os sintomas manifestam-se de forma rápida. Para além dos sintomas listados na tabela acima, a Diabetes Tipo 1 também causa sintomas como náuseas, vómitos ou dores de estômago.

Na Diabetes Tipo 2 o organismo produz insulina, embora não em quantidade suficiente, ou as células não respondem de forma adequada à insulina em circulação — um processo que se chama resistência à insulina. A grande maioria dos diabéticos está nesta categoria, que é a mais frequente entre os adultos. Infelizmente e muito por culpa dos maus hábitos de vida, particularmente aqueles relacionados com a alimentação e exercício físico, há também cada vez mais crianças com Diabetes Tipo 2.

Os três sintomas marcantes desta patologia são habitualmente conhecidos como os três P’s da Diabetes: Polidipsia, Polifagia e Poliúria, que traduzem manifestações de, respectivamente: sede intensa; fome constante e eliminação de grande volume de urina, sintomas relacionados com a própria fisiopatologia da doença. Para uma lista mais extensa dos sintomas associados à Diabetes, consulte a lista abaixo:

Principais sintomas de diabetes

  • Urinar muito e muitas vezes (frequentemente durante a noite) (Poliúria);
  • Sede intensa e relativamente constante (Polidipsia);
  • Perda de peso sem explicação;
  • Fome constante (Polifagia);
  • Visão turva;
  • Cansaço;
  • Comichão no corpo (sobretudo ao nível dos órgãos genitais);
  • Feridas que demoram a curar;

Agora já conhece alguns dos sintomas mais comuns da Diabetes. Na próxima secção dedicaremos especial atenção à Diabetes Gestacional.

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Diabetes na Gravidez: O Caso Particular da Diabetes Gestacional

Em algumas grávidas ou parturientes, as alterações típicas da gravidez tais como o aumento de peso e as alterações hormonais podem aumentar o mecanismo de resistência à insulina (o mesmo que acontece na Diabetes Tipo 2). Neste caso, a condição apelida-se de Diabetes Gestacional. Nestes casos, e embora possa haver algumas diferenças de acordo com a indicação do Clínico assistente, é habitual realizar um ou mais exames de avaliação da tolerância à glucose durante o segundo trimestre, entre as 24 e as 28 semanas. Este tipo de exames são realizados em jejum, ou após a ingestão de uma quantidade predeterminada de glucose e posteriormente medidos os valores de açucar no sangue que resulta na curva de tolerância à glucose que será comparada com os valores de referência. Na tabela seguinte poderá ficar a conhecer melhor as situações que tornam mais propício o desenvolvimento de Diabetes Gestacional.

Estão em maior risco de ter diabetes durante a gestação as mulheres:

  • Tiveram diabetes durante outra gravidez;
  • Deram à luz bebés com 4 kg ou mais;
  • Têm excesso de peso;
  • Têm mais de 25 anos;
  • Têm familiares com Diabetes Tipo 2;
  • Têm Síndrome do Ovário Poliquístico (SOP);

Esta situação é perigosa quer para a mamã, contribuindo para aumento do risco de necessidade de realização de parto por cesariana e/ou desenvolvimento de hipertensão arterial, mas também para o bebé, agravando o risco de peso excessivo à nascença, nascimento prematuro, ou mesmo o desenvolvimento de Diabetes Tipo 2 mais tarde na vida.

Neste caso particular da Diabetes Gestacional, é fundamental que a grávida acompanhe e registe com regularidade os valores de açúcar no sangue, não apenas pelo risco potencial de vir a desenvolver os problemas de saúde associados à doença, mas fundamentalmente e também porque a Diabetes Gestacional pode ser silenciosa, não havendo nesse caso lugar a qualquer manifestação sintomática.

Se está a ler este texto porque está grávida e lhe foi dignosticado Diabetes Gestacional, saiba que é importante que vá a todas as consultas pré-natais e que siga as orientações de tratamento, incluindo de alimentação e atividade física. Realizar exercício físico e manter um peso saudável durante a gravidez são duas das estratégias mais importante para evitar a Diabetes Gestacional.

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Viver com Diabetes: Sete Conselhos para Viver Melhor com Diabetes

Foi-lhe diagnosticada Diabetes? Saiba que é possível controlar a doença e viver com qualidade de vida. Para isso deverá sempre contar com a ajuda dos profissionais de saúde que o(a) acompanham, sabendo de antemão que a parte mais importante está nas suas mãos: são as suas decisões diárias que vão fazer a diferença na sua saúde.

Como já dissemos anteriormente, o risco da Diabetes não se restringe unicamente à doença em si, mas adicionalmente ao risco que a patologia apresenta para propiciar o desenvolvimento de outras patologias adicionais. As pessoas com Diabetes têm maior risco de sofrer de outras patologias, tais como: Enfarte, Acidente Vascular Cerebral, Doença Renal, Problemas de Visão, Problemas nos Pés, entre outros/as. Controlar a diabetes é a melhor forma de evitar estas situações.

Para facilitar o controlo da Diabetes e para que a doença não se torne num tormento na sua vida sugerimos que siga os seguintes 7 conselhos:

1. Acompanhe os níveis de açúcar no sangue

Deve fazer o teste da glicose sanguínea com a frequência adequada à sua situação particular: mais amiúde se estiver mais descontrolada e menos regularmente se a situação se encontra estável e se consegue controlar com medicação, exercício físico e alimentação. Naturalmente esta situação é mais crítica se é Diabético Insulino-Dependente, uma vez que o número de unidades de insulina a administrar está dependente do seu nível de glicemia – nesta situação o médico que o(a) acompanha será o melhor recurso para lhe facultar essa informação. Poderá também informar-se na sua farmácia, junto do seu farmacêutico.

2. Cuide da alimentação

Para tal siga os conselhos básicos de uma alimentação saudável. Faça 5 a 6 refeições por dia, incluindo o pequeno-almoço. É importante incorporar no seu regime alimentar bastantes legumes, porém não abuse das frutas — duas peças por dia são o suficiente. Quanto aos hidratos de carbono (pão, massa, arroz, batata) e uma vez que são uma fonte de açúcar, devem ser ingeridos com moderação. Prefira as opções integrais, ricas em fibra, pois estas ajudam a regular o açúcar no sangue.

Para ajustar a sua alimentação ao seu caso em particular procure a ajuda de um nutricionista. Clique aqui se precisa de agendar uma consulta com um especialista em Nutrição.

3. O exercício físico é fundamental: seja ativo(a)

Determine como objetivo fazer (por exemplo) 150 minutos de atividade moderada por semana! Uma caminhada é habitualmente o bastante. Se não faz exercício regularmente comece devagar: 10 minutos por dia até chegar a 30 minutos 5 vezes por semana. Não existe uma quantidade, nem um tipo de exercício ideal para quem tem Diabetes. Por isso, se não gosta de caminhar escolha outra atividade da sua preferência e tente tornar esta rotina num hábito.

Lembre-se que o exercício é um pilar para o controlo da diabetes, não o exclua dos seus cuidados.

4. Tome a sua medicação de forma correta

A maior parte das vezes será necessário recorrer a medicamentos para controlar a diabetes. Se for esse o seu caso, tome-os corretamente. Respeite os horários (também válido para o período das refeições) e não altere o tratamento sem antes falar com o seu médico.

5. Reduza o risco de Desenvolver outros problemas de saúde

Como teve oportunidade de ler neste artigo, a Diabetes aumenta o risco de desenvolver diversos problemas de saúde adicionais. Por isso deve estar mais atento a outros indicadores, como a sua pressão arterial e/ou colesterol. Faça exames regulares e siga as orientações do seu médico ou farmacêutico caso estes estejam acima dos valores normais.

A Diabetes pode alterar a circulação sanguínea e com isso afetar a sensibilidade das estruturas corporais mais distantes como as suas mãos, ou particularmente, os seus pés. Isso faz com que possam aparecer feridas que não sente e que lhe podem causar muitos problemas. Para evitar esta situação faça um exame diário aos seus pés. Um Podologista pode ajudar no cuidado desta parte tão importante do corpo. Se precisa de consultar um especialista em Podologia siga este link.

A este nível é inevitável referir o tabaco: se fuma, faça um esforço para deixar de fumar. Saiba adicionalmente que há especialistas que o podem ajudar a realizar a Desabituação Tabágica.

6. Tenha bons hábitos de sono

Dormir bem e em número de horas suficiente é importante não só para controlar a Diabetes como para todas as dimensões de bem-estar. Leia este artigo do nosso blog para saber como pode melhorar a qualidade do seu sono.

7. Aprenda a gerir stress e as emoções

Sabia que o stress prejudica o controlo da glicose do sangue? Por isso é importante que aprenda a gerir o stress e a sua preocupação em relação à doença. Mantenha o foco nas coisas que consegue controlar (como estas dicas que lhe estamos a propor), fale sobre as suas emoções e adote as medidas de gestão de stress, tal como meditação e técnicas de respiração.

Gerir a diabetes pode ser um desafio, mas saiba que não está sozinho(a). Muitos profissionais da área da saúde podem apoiá-lo(a). Se precisar, poderá também encontrar ajuda na Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal.

Dúvidas ou questões?

A leitura do presente artigo não dispensa em caso algum a visita ao seu médico assistente, nem substitui a sua opinião. Cada caso deverá ser analisado numa óptica individual e personalizada, com base no historial da paciente.
Clique para conhecer as soluções que a Clínica Médica do Porto, coloca ao seu dispor.

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