Imagem Incontinência Urinária e Perdas de Urina Clínica Médica do Porto

Incontinência Urinária e Perdas de Urina: Causas, Sintomas, Tratamento e Prevenção

O que é a Incontinência Urinária?

A incontinência urinária pode definir-se como a perda involuntária de urina. São diferenciáveis vários tipos incontinência urinária, masculina ou feminina, particularmente de acordo com a sua sintomatologia. Continue a ler para conhecer as diferenças mais marcantes entre os tipos de incontinência.

Quais são os Tipos de Incontinência Urinária e sua Classificação?

Incontinência Urinária de urgência

Acontece nos casos em que a perda de urina ocorre devido a uma vontade forte e inadiável de urinar.

Chamamos a atenção que não se deve confundir a Incontinência Urinária de Urgência com o Síndrome da Bexiga Hiperactiva, que se manifesta de igual modo como uma urgência em urinar, mas à qual se juntam a frequência amiúde da necessidade de urinar e a ocorrência de episódios nocturnos (o que significa que neste caso a pessoa passa o tempo a correr para a casa de banho).

Incontinência Urinária de esforço ou de stress

Ocorre quando a perda involuntária de urina é motivada por um esforço muscular súbito que leva a um aumento temporário de pressão sobre a bexiga (ocorre por exemplo quando a pessoa tosse, espirra, ou por vezes pode acontecer com uma circunstância tão simples tal como carregar pesos).

Incontinência Urinária por regurgitação/extravasamento

Diz-se que o paciente sofre de incontinência urinária por regurgitação, nos casos em que a bexiga, excessivamente cheia, faz pressão sobre o esfíncter urinário, provocando a perda de urina.

Incontinência Urinária Funcional

Relacionada com a diminuição de faculdades físicas e mentais. Neste caso admite-se que a capacidade de controlar adequadamente os músculos responsáveis pela micção se encontra debilitada.

Importa igualmente mencionar que algumas pessoas apresentam incontinência mista, ou seja, têm mais do que um tipo de incontinência.

Quais os Sintomas da Incontinência Urinária?

Conforme expectável, o sintoma principal presente na incontinência urinária é a perda de urina de forma involuntária, no entanto, existem outros sinais aos quais deve estar atento(a):

  • Vontade frequente de urinar
  • Sensação de bexiga cheia, mesmo após urinar
  • Perda de força do jato urinário

Se sofre de qualquer um destes sintomas acima descritos, não deixe de procurar ajuda junto do seu médico assistente. Recorde que o diagnóstico é fundamental para a reversão da condição.

Quais as Causas da Incontinência Urinária?

Existem vários fatores que aumentam o risco de desenvolver esta patologia, sendo que alguns são específicos das mulheres e outros dos homens. A este respeito, sabemos que a incontinência urinária feminina é a mais frequente, mas esta pode surgir em ambos os géneros.

As seguintes condições são apontadas como possíveis causas associadas quer à incontinência urinária feminina bem como à incontinência urinária masculina:

  • Idade avançada
  • Bexiga hiperativa
  • Fraqueza do esfíncter urinário
  • Flacidez da musculatura pélvica
  • Excesso de peso
  • Alguns medicamentos específicos

Relativamente e exclusivamente à incontinência urinária feminina, há outras circunstâncias adicionais que podem ajudar a explicar a origem da patologia:

  • Gravidez
  • Historial clínico de múltiplos partos
  • Historial clínico de cirurgia pélvica
  • Menopausa
  • Realização de exercício físico de alto impacto
  • Infeções urinárias de repetição

No caso dos homens, a incontinência urinária masculina apresenta também algumas causas exclusivas e específicas, podendo surgir, nomeadamente, como consequência de:

  • Hipertrofia benigna da próstata
  • Cirurgia prostática

Como Tratar a Incontinência Urinária?

A abordagem terapêutica à incontinência urinária pode passar pela intervenção cirúrgica ou não cirúrgica – no âmbito do presente artigo iremos focar a nossa atenção na segunda opção.

Efectivamente, em muitos casos é possível tratar ou pelo menos melhorar a condição da incontinência urinária e desse modo recuperar qualidade de vida. O tratamento mais indicado dependerá do tipo de incontinência, e por isso o diagnóstico é fundamental.

Medicamentos e Tratamento Farmacológico da Incontinência Urinária

Neste âmbito há dois pontos a referir. Por um lado, importa mencionar tal como para tantas outras condições de saúde, existem medicamentos para tratar a incontinência urinária: estes são sujeitos a receita médica, o que significa que deve tomá-los apenas por indicação do seu médico assistente e lá está, assente num diagnóstico assertivo.

Por outro lado, como referimos acima no capítulo das Causas de Incontinência Urinária, alguns fármacos podem ser a causa de perdas involuntárias de urina. Essa possibilidade deve ser discutida com o seu farmacêutico e com o seu médico, e se tal for o caso, a correção da incontinência urinária pode passar, por alterar essa medicação. Reiteramos porém que apenas o médico pode dar-lhe a indicação de alterar (ou não) os medicamentos que toma – não o faça sem supervisão.

Reabilitação do Pavimento Pélvico

Também conhecida como Fisioterapia de Reabilitação Pélvica, existe uma área ou sub-especialização da Fisioterapia que se dedica à melhoria da condição dos tecidos pélvicos (ou do pavimento pélvico ou soalho pélvico). Este tipo específico de fisioterapia é direccionada para o tratamento de condições tais como a incontinência urinária, mas não só.

A fisioterapia pélvica consiste na adopção e utilização de exercícios específicos que fortalecem os músculos pélvicos – nomeadamente as estruturas responsáveis por sustentar os órgãos pélvicos e controlar o fluxo de urina. Esta terapia é principalmente indicada para incontinência de esforço e de urgência.

Para mais informações a este respeito pode consultar esta ligação para a página da Consulta de Reabilitação Pélvica (feminina) da Clínica Médica do Porto ou aqui para a Consulta de Reabilitação Pélvica Uro-Andrológica (masculina).

De entre as técnicas fisioterapêuticas direccionadas para a reabilitação do pavimento pélvico, destaca-se um conjunto específico de exercícios usados com o objetivo de fortalecer a musculatura responsável pela ativação ou bloqueio do fluxo urinário, chamados exercícios de Kegel.

A estimulação elétrica é outra opção disponível. Neste caso, um pequeno eléctrodo é introduzido na vagina, no caso das mulheres, ou ânus, no caso dos homens. Num ou noutro caso, o objectivo é provocar a contração de músculos pélvicos específicos, treinando assim esta componente muscular.

Existem ainda técnicas de biofeedback, em que se utilizam dispositivos que medem o nível de contração dos músculos. Este tipo de intervenção destina-se a facultar ao paciente uma indicação clara da maior ou menor necessidade de contracção dos tecidos, funcionando quer como indicador, quer como prática de treino.

No caso da mulher, a Fisioterapia do Pavimento Pélvico pode incluir também o recurso a cones vaginais. Estes englobam um conjunto de dispositivos cónicos com diferentes pesos, que são inseridos na vagina com o objetivo reeducar e exercitar a musculatura pélvica através da promoção da sua contração voluntária.

Para além dos exercícios e ensinamentos realizados em âmbito de consulta, é habitual o /a Fisioterapeuta promover a manutenção de uma lógica de prática continuada, fornecendo ao paciente exercícios específicos que este pode realizar no conforto da sua casa.

Treino Vesical

Como o próprio nome parece indicar, no caso deste tipo de intervenção – treino vesical – é estabelecido um horário para urinar que o paciente deve cumprir. Este regime horário vai sendo dilatado à medida que o nível de autocontrolo na hora de urinar vai melhorando. É uma abordagem frequentemente utilizada na incontinência de urgência.

Como os nossos Hábitos e Estilos de Vida afectam a Incontinência Urinária

Para além dos tratamentos anteriores, partilhamos também algumas orientações relacionadas com o seu estilo de vida que podem ajudar a melhorar e /ou prevenir a incontinência urinária.

Água

Recomendamos que beba 1,5 a 2 litros de água por dia. A justificação é simples: beber água evita a concentração da urina, o que por seu turno causa a irritação da bexiga e agrava a incontinência. Deve contudo evitar beber excessivamente à noite.

Alimentação

Procure evitar alimentos que irritam a bexiga! Estes podem agravar a condição e levar a mais perdas de urina indesejáveis. De entre estes recomendamos atenção especial ao café, bebidas alcoólicas e frutos cítricos tais como laranjas e limões.

Tabaco

Recomendamos que deixe de fumar – por razões óbvias mas também porque o tabaco provoca sintomas como a tosse, que como já vimos anteriormente aumenta não só o risco de desenvolver incontinência mas também os episódios de perdas de urina indesejáveis. Se precisa de ajuda para deixar de fumar recomendamos que saiba mais na página da Consulta de Desabituação Tabágica da Clínica Médica do Porto.

Peso

Controle o seu peso regularmente. O excesso de peso aumenta a pressão nos músculos pélvicos, que como também já vimos acima é uma das causas e factores de risco para o desenvolvimento de incontinência urinária.

Obstipação e Regularidade Intestinal

Procure regular o funcionamento do seu intestino. Para evitar sofrer de obstipação deve beber bastante água, aumentar a ingestão de fibra e fazer exercício físico.

A incontinência urinária é responsável não só pela perda de qualidade de vida de quem sofre com a condição, mas também – e porque infelizmente tal como referimos acima, este é um assunto considerado por muitos como tabu, – ao isolamento do paciente. No entanto, a incontinência urinária pode ser tratada – não fique em silêncio -, procure ajuda de profissionais especializados!

Data de Publicação: 03/2022

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A leitura do presente artigo não dispensa em caso algum a visita ao seu médico assistente, nem substitui a sua opinião. Cada caso deverá ser analisado numa óptica individual e personalizada, com base no historial da paciente. Clique para conhecer as soluções que a Clínica Médica do Porto, coloca ao seu dispor.

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